domingo, 25 de novembro de 2012

Entenda o conflito entre Israel e Palestina


Entenda o conflito entre Israel e Palestina

Ana Prado | 23/11/2012


Artilharia israelense ataca um alvo na fronteira de Israel com a Faixa de Gaza, em 19 de novembro de 2012. De acordo com relatórios desse dia,  pelo menos 90 palestinos foram mortos e mais de 700 feridos. (Foto por Christopher Furlong / Getty Images)
No dia 10 de novembro, tropas israelenses iniciaram uma ofensiva contra palestinos na região da fronteira com a faixa de Gaza, em resposta a um ataque que resultou na explosão de um veículo militar israelense na região. Os ataques armados foram se intensificando e duraram mais de uma semana, resultando em na morte de 162 palestinos e cinco israelenses. A população da faixa de Gaza, de 1,7 milhão de pessoas, sofreu com bombardeios aéreos da parte de Israel e com a saraivada de foguetes disparados por militantes palestinos – que pela primeira vez atingiram as regiões de Tel Aviv e Jerusalém.
Com esforços intensos do Egito, apoiado pelos Estados Unidos, foi estabelecida uma trégua entre os dois lados. O texto do acordo prevê também que Israel diminua suas restrições ao movimento de pessoas e produtos na Faixa de Gaza, que está atualmente submetida a um bloqueio.
Os palestinos comemoraram a trégua e se consideraram vitoriosos. O líder do Hamas, no poder em Gaza, Khaled Meshaal, contou com o apoio do Irã e afirmou que a organização palestina respeitará a trégua se Israel o fizer, mas que reagirá a violações.
Alguns israelenses realizaram protestos contra o acordo e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que uma abordagem mais dura contra o Hamas pode ser necessária no futuro.

Israelenses inspecionam os danos em casa em Ofakim, Israel, atingida por um foguete disparado por militantes palestinos em 18 de novembro de 2012. (Foto por Lior Mizrahi / Getty Images)
Mudanças na situação política da região
As relações entre Israel e os palestinos sofreram, nos últimos anos, o impacto de duas mudanças externas:
A chegada do democrata Barack Obama ao governo dos Estados Unidos, em 2009, com uma retórica menos enfática de apoio a Israel. Em maio de 2011, Obama fez um pronunciamento histórico, defendendo um Estado palestino desmilitarizado ao lado de Israel, com base nas fronteiras definidas até 1967 – salvo alterações acertadas entre os dois países envolvidos. Netanyahu descartou a ideia. Disse considerar as fronteiras pré-1967 “indefensáveis”, por deixar fora de Israel os mais de 120 assentamentos na Cisjordânia, onde moram 330 mil judeus.
A Primavera Árabe, no início de 2011, que derrubou o ditador Hosni Mubarak da presidência do Egito. Mubarak era fiel aliado dos EUA e reconhecia o Estado de Israel. Já seu sucessor Mohamed Mursi é ligado aos islamitas da Irmandade Muçulmana, movimento que originou o Hamas. Mesmo assim, o presidente norte-americano Barack Obama continuou a apostar no governo egípcio como o mais bem posicionado para concluir um cessar-fogo entre israelenses e palestinos.
O conflito entre palestinos e israelenses dura mais de seis décadas. Veja um resumo dos principais momentos e aspectos:

Fonte: GUIA DO ESTUDANTE – Atualidades – 2º semestre de 2012.

Fonte: GUIA DO ESTUDANTE – Atualidades – 2º semestre de 2012.
Por que a coisa não se resolve?
Palestinos: Em abril de 2012, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, enviou uma carta ao primeiro-ministro de Israel, Benyamin Netanyahu, na qual reiterou as condições postas pelos palestinos para uma retomada de conversações de paz. Entre elas está a interrupção de construções nos assentamentos judaicos erguidos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental – territórios palestinos ocupados por Israel desde 1967. Quanto mais os israelenses constroem, mais distantes ficam os palestinos de ter o controle ou um estado próprio.
Israelenses: O premiê Netanyahu respondeu que não aceita nenhuma condição prévia e ainda autorizou o início de outros três assentamentos na Cisjordânia, pela primeira vez em duas décadas. Netanyahu se recusava então a prorrogar o acordo de interrupção das construções nos assentamentos judaicos, e Abbas não aceitava mais dialogar enquanto houvesse a expansão dessas colônias. Entre as populações, a tensão permanece, e os palestinos continuam vivendo em condições muito precárias.
Fonte : Gia do Estudante

"Vidas secas" - Análise da obra de Graciliano Ramos

17/09/2012 01h 35
"Vidas Secas", romance publicado em 1938, retrata a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca. A obra pertence à segunda fase modernista, conhecida como regionalista, e é qualificada como uma das mais bem-sucedidas criações da época.

O estilo seco de Graciliano Ramos, que se expressa principalmente por meio do uso econômico dos adjetivos, parece transmitir a aridez do ambiente e seus efeitos sobre as pessoas que ali estão.

- Leia o resumo de Vidas Secas

A estética da seca
"Vidas Secas" é um dos maiores expoentes da segunda fase modernista, a do regionalismo. O diferencial desse livro para os demais da época é o apuro técnico do autor. Graciliano Ramos, ao explorar a temática regionalista, utiliza vários expedientes formais – discurso indireto livre, narrativa não-linear, nomes dos personagens – que confirmam literariamente a denúncia das mazelas sociais.

O livro consegue desde o título mostrar a desumanização que a seca promove nos personagens, cuja expressão verbal é tão estéril quanto o solo castigado da região. A miséria causada pela seca, como elemento natural, soma-se à miséria imposta pela influência social, representada pela exploração dos ricos proprietários da região.

Os retirantes, como o próprio nome indica, estão alijados da possibilidade de continuar a viver no espaço que ocupavam. São, portanto, obrigados a retirar-se para outros lugares. Uma das implicações dessa vida nômade dos sertanejos é a fragmentação temporal e espacial.

Graciliano Ramos conseguiu captar essa fragmentação na estrutura de Vidas Secas ao utilizar um método de composição que rompia com a linearidade temporal, costumeira nos romances do século XIX.

A proposital falta de linearidade, ou seja, de capítulos que se ligam temporalmente, por relações de causa e de consequência, dá aos 13 capítulos de Vidas Secas uma autonomia que permite, até mesmo, a leitura de cada um de forma independente.

Narrador
A escolha do foco narrativo em terceira pessoa é emblemática, uma vez que esse é o único livro em que Graciliano Ramos utilizou tal recurso. Trata-se, na verdade, de uma necessidade da narrativa, para que fosse mantida a verossimilhança da obra. Por causa da paupérrima articulação verbal dos personagens, reflexo das adversidades naturais e sociais que os afligem, nenhum parece capacitado a assumir o posto de narrador.

O autor utilizou também o discurso indireto livre, forma híbrida em que as falas dos personagens se mesclam ao discurso do narrador em terceira pessoa. Essa foi a solução para que a voz dos marginalizados pudesse participar da narração sem que tivessem de arcar com a responsabilidade de conduzir de forma integral a narrativa. 

Espaço
A narrativa é ambientada no sertão, região marcada pelas chuvas escassas e irregulares. Essa falta de chuva – somada a uma política de descaso do governo com os investimentos sociais – transforma a paisagem em ambiente inóspito e hostil.

Inverno, na região, é o nome dado à época de chuvas, em que a esperança sertaneja floresce. O sonho de uma existência menos árida e miserável esboça-se no horizonte e dura até as chuvas cessarem e a seca retornar implacável. No romance, essa esperança aparece no capítulo “Inverno”, em que Fabiano alimenta a expectativa de uma vida melhor, mais digna.

O retorno à visão marcada pela falta de perspectivas recomeça com o fim das chuvas, com o fim da esperança. Na obra, pode-se apontar, também, para dois recortes espaciais: o ambiente rural e o urbano. A relevância desse recorte se deve às sensações de adequação ou inadequação dos personagens em um ou outro espaço.

Fabiano consegue, apesar da miséria presente, dominar o ambiente rural. Incapaz de se comunicar, o personagem, desempenhando a solitária função de vaqueiro, não sente tanto as consequências de seu laconismo. Além disso, conhece as técnicas de sua profissão, o que lhe dá uma sensação de utilidade e permite que goze até de certa dignidade. A passagem em que seu filho o admira ao vê-lo trabalhando deixa claro isso. Na cidade, porém, Fabiano vivencia, a cada nova experiência, o sentimento de inadequação. Os capítulos “Festa” e “Cadeia” ilustram bem essa sensação. 

Tempo
Além da falta de linearidade do tempo, em "Vidas Secas" há nítida valorização do tempo psicológico, em detrimento do cronológico. Essa opção do narrador de ocultar os marcadores temporais tem como principal consequência o distanciamento dos personagens da ordenação civilizada do tempo.

Dessa forma, nota-se que a ausência de uma marcação cronológica temporal serve, enquanto elemento estrutural, como mais uma forma de evidenciar a exclusão dos personagens. Por outro lado, a valorização do tempo psicológico na narrativa faz com que as angústias dos personagens fiquem mais próximas do leitor, que as percebe com muito mais intensidade. 

Comentário do Professor
A professora de Literatura do Cursinho do XI Ausonia Reda Luppi frisa que "Vidas Secas" é um romance cíclico. São 13 capítulos independentes que contam a retirada de uma família. Inicia-se com uma mudança e termina com a fuga.

A família é composta pelo pai – Fabiano – que quase não fala, não sabe que é branco e não sabe ler nem escrever. Sinhá Vitória, mulata esperta que sabia fazer contas com os grãos, Menino mais velho que queria saber ler e queria o significado da palavra Inferno. Menino mais novo, queria ser um vaqueiro como o pai. Cadela Baleia, a mais humana das personagens e um papagaio que não falava, só latia porque era o único som que escutava.

Segundo a professora, o vestibular pode cobrar a hierarquia apresentada no livro: como por exemplo, o que representa o Soldado Amarelo e a linguagem do Tomás da bolandeira, a quem Fabiano tanto admirava. Além disso, pode ser perguntado sobre o grau de miserabilidade dessa família: a cadela chegando ao nível humano e o humano descendo à condição de animal. Esta família vaga pela caatinga tentando chegar em algum lugar, mas podem estar perdidos, andando em círculo.
FONTE: Guia do Estudante

Dica da fuvest

Pode cair no vestibular hoje: Veja dicas de geografia sobre a importância ecológica dos mangues http://ow.ly/fwZ0C

Dica da fuvest

Dicas da fuvest - Potência em física. Isso pode fazer diferença na hora da prova.

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Lista com os 10 livros de história que recomendam. Vale a pena ler.

http://www.historiadigital.org/livros/10-livros-de-historia-que-recomendamos/